Olá Maltinha Tasqueira...
Que tal se estão a dar com toda esta brasa que nos tem assolado nos últimos dias? Eu confesso, que não me dou muito bem com altas temperaturas, mas desde que os dias sejam passados em boa companhia e com umas belas tainadas, o que calor quase que nem faz mossa.
E foi isso mesmo que aconteceu no passado dia 11 do mês de Julho, aproveitando um dia em que as temperaturas quase bateram nos 40ºC, eu e a minha cara metade, metemos pés ao caminho e fomos até à bela zona do Marco de Canaveses, de forma a experienciar os seus encantos gastronómicos e também de beleza natural e arquitetónica.
Após quase 1 ano de tentativas goradas, finalmente consegui encaixar um dia para poder visitar a famosa "Tasca da Joana", que me vinha a aliciar há tanto tempo com os seus videos no Facebook a publicitar as suas famosas e belas tábuas.
Como se costuma dizer, ha coisas que nem combinadas sairiam tão bem, e foi com enorme alegria que à chegada ao Centro do Marco e depois de estacionar o carro, encontrei o meu grande amigo Edu, uma figura incontornável da cidade: Agente de viagens de profissão, tal como eu, e pelo meio, ainda consegue dividir o seu tempo entre a família e o seu grande amor ao F. C. Marco, tendo pegado num clube completamente arruinado financeiramente, e que paulatinamente e de forma estruturada se tem vindo a reerguer, Aproveito desde já para lhe enviar um grande abraço e faço votos de poder ver o Marco novamente nos Campeonatos Nacionais.
Depois de alguma conversa com o Edu e respetiva família à chegada, era chegada então a hora do almoço, e eu a menina lá fomos em busca da "Tasca da Joana".
O caminho foi curto. Localizada muito próxima no centro histórico, numa rua íngreme, e de teor habitacional, a "Tasca da Joana", surge-nos integrada num prédio comum, mas que desde logo ressalta à vista pelo decoração exterior e respetivas esplanadas.
Como tinha efetuado reserva através da página do Facebook, à chegada dirigi-me à menina que estava de serviço, a super simpática e eficiente Andreia, que após nos receber de forma calorosa, nos questionou se tínhamos preferência por ficar na esplanada ou no interior... Nós optamos pelo exterior, mas diga-se de passagem que dado o calor extremo desse dia, deveríamos ter optado pelo interior, onde graças ao ar condicionado se estava muito bem.
Contudo, acabamos por ficar no exterior e sentamo-nos numa mesa para 2, contudo ao fazermos o pedido, a Andreia teve o cuidado de nos mudar de mesa para que ficássemos com mais espaço, pois a "Tábua para 2", que pedimos para o nosso almoço, iria ocupar praticamente a mesa toda. Para beber, pedimos Sangria Branca, depois de pedirmos uma sugestão mais pessoal à Andreia.
E vamos começar mesmo por aí: a Sangria... Gente, muito cuidado!!!! É uma Sangria que se deixa beber com muitíssima facilidade. Sabores extremamente equilibrados, doce quanto baste e o álcool muito bem disfarçado entre os sabores das frutas que acompanhavam a sangria. Que espetáculo... Sem dúvida alguma que foi o acompanhamento perfeito para um dia extremamente quente e para um almoço que viria a tornar memorável.
Entretanto, e com pouco tempo de espera, chega a nossa tábua... E que tábua, meu povo... Visualmente lindíssima e imponente e com material digno de um manjar dos Deuses.
Uma combinação fantástica que nos levava desde os sabores do mar, onde encontramos as ameijoas, o camarão e o patê de atum, aos gostos mais tradicionais como a alheira, a chouriça moira, as bifanas, a quiche de bacalhau, as tostas com manteiga de alho, o ovo cozido e os queijos e o doce de abóbora.
Que repasto magnífico... Tudo muitíssimo bem apresentado num tábua giratória que facilitava imenso a escolha daquilo que nos apetecia tapear...
Contudo e muito sinceramente, em termos de qualidade dos produtos e da preparação, não se pode dizer que seja digno de um restaurante de Estrela Michellin... Houve falhas... nomeadamente na preparação das carnes e dos rissóis e bolinhos de bacalhau, que estavam extremamente secas e a meu ver, também das ameijoas, que pareciam ter sido aquecidas no micro-ondas, o que lhes tira sabor. Além disso, não apresentavam molho quase nenhum, e toda a gente sabe que as ameijoas querem-se bem regadas para que no final possamos finalizar com aquela tostinha no molho.
Quanto ao resto, nada a apontar. Os queijos eram extramente saborosos, havendo variedade suficiente, que em combinação com um doce de abóbora muito simpático, faziam as delicias do palato.
Uma das coisas que mais apreciei foi patê de atum. Muito fresco e saboroso, combinado com umas mini tostas serviu como um belo intervalo para as coisas de maior sustento.
O camarão era fresco e fez-se acompanhar de molho cocktail, ajudando assim também a disfarçar qualquer coisa menos positiva, mas que não foi o caso.
A chouriça moira que se apresentou na tábua crua, era bastante saborosa, contendo o sabor do fumo e da tradição que se pretendia. Assim como a alheira e o chouriço assado. Boas apostas para esta tábua e que fizeram de mim um homem com o palato feliz.
Depois de nos refastelarmos com esta belíssima tábua, que diga-se de passagem não conseguimos comer até ao fim, tínhamos de provar uma sobremesa, quanto mais não fosse, para poder escrever sobre ela.
Por sugestão da Andreia, veio uma fatia de Tiramisu a dividir pelos 2. Boa aposta também. Sabor equilibrado, não muito doce e foi sem dúvida uma bela forma de terminar a refeição com algo doce para nos alegrar o resto do dia.
Terminamos com 2 cafezinhos e ficamos impecáveis.
A meu ver, e gastronomicamente falando, estes foram os grandes destaques desta experiência.
Quanto ao serviço propriamente dito, apenas tenho a dizer que a Andreia, que pelo percebi, havia começado a trabalhar à pouquíssimo tempo, parecia um verdadeiro peixe dentro de água.
Sabem aquelas situações em que vemos que alguém gosta mesmo daquilo que faz e se sente completamente à vontade? Este é um desses casos. Simpatia, eficiência e acima de tudo, muito profissional. Serviço impecável sempre com grande atenção às necessidades dos clientes. Só para terem noção do que estou a falar, teve o cuidado de ligar um sistema de "sprinkler", que tinham montado no teto, à imagem daqueles que encontramos nas peixarias de alguns supermercados, de forma a tornar a nossa experiência mais agradável, molhada e fresca... Muito bom. Adoramos...
Para a Andreia nota 10,
Quanto ao ambiente, o que vos posso dizer é que me pareceu um sítio calmo, contudo, deduzo que ao jantar seja bastante mais movimentado, e a reserva de mesa é algo que deve ser feito. A tasca em si enquadra-se num ambiente que tenta recriar as típicas tascas do antigamente, mas com um toque moderno. Bastante acolhedor e confortável.
O preço final para uma tábua grande para 2 pessoas, 1 jarro de sangria, 1 Tiramisu e 2 cafés, deu a módica quantia de 18 Euros por pessoa. Nada de extraordinário a meu ver e que se enquadra perfeitamente na quantidade e qualidades apresentadas.
Assim sendo, aqui fica a nossa opinião sobre a experiência n´ "A Tasca da Joana" no Marco de Canaveses:
Ambiente: 8
Comida: 8
Serviço: 9.5
Limpeza: 8.5
Preço: 8.5
Total Geral: 8.5
Resumindo, esta foi uma experiência bastante positiva e que recomendo vivamente a todos os que como eu, gostam de pegar no carro e ir sem destino... Se um dia pararem no Marco de Canaveses, vão almoçar, lanchar ou jantar à Tasca da Joana, pois é uma experiência que não se irão arrepender.
Esta bela experiência, fez com que a Tasca da Joana, salte diretamente para o 4º lugar do nosso Ranking da Tasca do Brutus. Parabéns.
Abreijos,
Brutus - 23/07/2020
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