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"O Afonso", Porto

Atualizado: 6 de ago. de 2019

Olá maltinha...

Falta apenas 1 mês para o Natal... quem diria? Ainda há pouco tempo começava os "posts" a falar das férias e do calor incessante que se fazia sentir e num ápice chegamos praticamente em Dezembro... Está a chegar a época das músicas Natalícias, das filas nos shoppings, dos "Black Fridays" e da loucura das pessoas ficar mais acentuada à medida que nos aproximamos do do dia 24.

Mas não é para falar dos problemas do consumismo desmesurado da época que cá estou e como tal vamo-nos focar no que realmente interessa que é mais uma belíssima experiência gastronómica que venho partilhar convosco.

Como sabem, há 2 iguarias típicas cá do Porto, pelas quais eu sou completamente apaixonado. São elas as francesinhas e os cachorrinhos. Mas o facto de ser apaixonado, não quer dizer que coma de tudo. Aliás, sinceramente, acho que o meu grau de exigência principalmente para com as francesinhas, é bastante elevado, e não é fácil encontrar um local que me satisfaça na plenitude, tirando os lugares onde costumo ir mais aficadamente e que tenho a certeza que não saio desiludido...

Sim, hoje, venho-vos falar novamente de francesinhas e de um restaurante que ganhou notoriedade por ter sido o escolhido pelo falecido Chef Anthony Bourdain para representar o prato mais tipico da nossa cidade no seu programa "Parts Unknown". Falo-vos do "Afonso", na Rua da Torrinha.

Começo antes de mais por falar da zona em si. Apesar de não se vislumbrar à primeira vista, o restaurante fica localizado numa zona habitacional, onde o estacionamento é algo difícil, mas onde o sossego é um fator que predomina. Dada a elevada procura, principalmente nas vésperas de fins de semana, fins de semana e afins, é altamente recomendável a marcação de mesa, sob pena de termos de esperar até conseguirmos mesa.

Na passada Sexta-Feira, juntamente com um grupo de amigos de longa data, decidimo-nos juntar para desfrutarmos do tão badalado manjar e a realidade é que não desiludiu. Chegamos por volta das 20:30 e à nossa espera tínhamos a mesa que havia sido reservada através do Facebook, já com entradas de amendoins, tremoços, azeitonas, rissóis quentinhos e bola caseira tradicional... Tudo muito simples, mas que serviu muito bem para passar o tempo entre dois dedos de conversa até à chegada dos mais retardatários.

Completado todo o grupo, passamos então ao pedido, francesinhas para todos, sem ovo e com batata frita e para beber nada mais, nada menos que o verdadeiro Príncipe de Super Bock, uns normais e outros Stout... A espera foi de cerca de 15 minutos até chegaram as famigeradas francesinhas acompanhadas pelas batatas fritas CASEIRAS e logo demos então início às hostilidades.

Numa primeira análise, e à vista desarmada o molho parecia-me algo liquido, e quando isso acontece normalmente é indicador de ser sensaborão, no entanto a cor do mesmo era apelativa. A primeira coisa que faço quando como uma francesinha, antes mesmo de provar o molho, é cortá-la a meio para verificar o seu interior, a qualidade das carnes e se as mesmas estão bem confeccionadas. Ao fazer este processo conseguimos perceber logo de onde poderá advir alguma coisa que não esteja bem com a francesinha tanto em termos de sabor como em termos de rigidez das carnes. Ao fazê-lo, deparei-me com uma panorama bastante agradável à vista, as carnes de porco bem confeccionadas e o bife de novilho que apresentava uma grossura considerável, não muito passado, com uma ligeira cor rosada no meio do bife. Verificado este "teste", passamos então à fase da prova, que realmente é o que interessa, e aí tive uma agradável surpresa, principalmente no que ao molho diz respeito, pois apesar de estar ligeiramente liquido demais, apresentava um sabor condizente com a tradição, com um trago a carnes e um toque de picante q.b., que não se notava no imediato, mas que ia ficando na boca. Muito agradável.

Quanto à francesinha propriamente dita, agradou-me imenso o facto de ter o seu topo com bastante queijo e bem derretido, que aliado ao facto do pão ser fino e bem torrado, faz com que à medida que a vamos comendo, a francesinha não se vá desfazendo, mantendo-se intacta. Os sabores faziam jus ao que havíamos testado aquando do corte da francesinha a meio. Bife no ponto e carnes de porco bem passadas, ambas com qualidade assinalável, que juntando à mortadela e ao fiambre que colmatavam a sandes, faziam uma combinação de sabores bastante apreciável ao nosso palato.

As batatas fritas caseiras, em termos de fritura podiam eventualmente ter passado um pouco mais de tempo na fritadeira, contudo, entendo que quando estamos a servir 50 pessoas e todas estão a comer a mesma coisa, nem sempre é fácil manter o standard e que pequenos pormenores como o excesso de óleo nas batatas ou o facto de algumas ainda estarem moles, poderem escapar a quem está a tratar disso.

Tenho de dar uma nota muito positiva à qualidade da cerveja de pressão, sempre com uma qualidade muitíssimo acima da média... muito provavelmente devido aos barris em tons de bronze que se encontravam ao lado da nossa mesa. A cerveja, enquanto durava continuava o seu ritual do borbulhar intenso, mantendo a cerveja viva do início ao fim.

Gostaria também de falar da envolvente, do ambiente e do serviço do restaurante...

Começando pelo fim, o  serviço foi simpático e eficiente, providenciado por 2 funcionários, que perceberam rapidamente as necessidades do nosso grupo e que souberam providenciar um serviço de acordo com as nossas expectativas, fazendo sempre um acompanhamento de todo o jantar, nunca faltando nada.

Quanto à envolvente e ao ambiente do restaurante, vai falar a parte mais emocional. Quem me conhece a titulo pessoal sabe a minha idolatração pelo falecido piloto brasileiro de Formula 1, Ayrton Senna, que nos deixou no fatídico dia dia 01 de Maio de 1994, deixando uma pequena criança de 11 anos e muitos milhões de pessoas, completamente destroçados e em lágrimas por muitos dias seguidos, numa dor que dura até aos dias de hoje. Jantar no "Afonso", para além da experiência gastronómica, é também uma ode à vida e aos feitos de Ayrton Senna, com vitrines totalmente repletas de carros miniatura em várias escalas, estatuetas, capacetes, enfim... um verdadeiro regalo para quem gostar de apreciar uma bela coleção que vem sobretudo da admiração sentida por um piloto. Eu entendo bem, pois também sou colecionador e também tenho a minha coleção provada, embora nem por sombras chegue aos calcanhares da coleção do Sr. Afonso. Além disso as paredes estão decoradas com posters de Senna e alguns dos seus fatos usados durante a sua carreira. Para quem é fã, nem precisávamos de francesinhas para ir conhecer este local... bastava apenas visitar o "museu".

De realçar também a placa existente na parede junto à mesa onde Bourdain experimentou a francesinha do "Afonso" e onde podemos ler: "Good Lord, look at that thing", e que foram precisamente as suas palavras quando viu a Francesinha pela primeira vez...

Resumindo e concluindo, deixo-vos a minha classificação de 0* a 5* relativamente ao "Afonso":


Ambiente: 8.5


Comida: 8.5


Serviço: 8.5


Limpeza: 7.5


Preço: 7.5


Total Geral: 8.1


Espero que tenham gostado desta minha experiência no "Afonso"... Aos que já conhecem, deixem os vossos comentários, aos que ainda não conhecem, vão experimentar e depois digam algo que gostassem de acrescentar.


Abreijos.


Brutus - 26/11/2018





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