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Restaurante "Pote Velho", Porto - Boavista

Atualizado: 7 de ago. de 2019

Olá Maltinha Tasqueira.

Agosto já chegou, e consigo trouxe aquela vontade de estar esticadinho na praia, sem nada para fazer, a ler um livro e a tostar para ficar parecido indiano. Só que isso é para a maioria das pessoas, e não para mim... Praia, definitivamente não é a minha praia. E quem não gosta de praia, o que faz durante o seu período de ócio no mês de Agosto? Simples... Nada melhor que aprimorar a técnica de "comer e beber", procurando novos spots para podermos brindar os nossos amigos com belas tainadas capazes de ficar na memória durante bastante tempo.

E foi logo no início do mês, mais propriamente no dia 2, Sexta Feira, que comecei a aprimorar essa arte milenar, visitando um local que fica bem perto de casa, e devido a isso, ser às vezes deixado para segundo plano. Falo-vos do pitoresco Restaurante "Pote Velho", localizado bem próximo da Casa de Saúde da Boavista, mais propriamente numa zona habitacional e com boa disponibilidade de estacionamento.

À chegada, deparamo-nos com um restaurante cheio, mas como sabíamos de antemão que normalmente nas vésperas de fins de semana e aos fins de semana propriamente ditos, o restaurante era bastante movimentado, por volta das 18:00, fizemos aquela chamadinha amiga para marcar mesa, só para garantir que não iríamos apanhar grande seca à chegada. E assim foi, mal chegamos, fomos recebidos pelo proprietário, o Sr. Ribeiro, que nos questionou se havíamos marcado mesa, tendo sido prontamente encaminhados para uma mesa de redonda. Inicialmente éramos apenas 3 , mas à última da hora, recebemos a adição de mais uma pessoa, pelo que ficamos desde logo numa mesa com capacidade para 6 pessoas.

Mal nos acomodamos na mesa, as entradas começaram a chegar... Devidamente acompanhadas por maduro tinto de São João da Pesqueira, começamos as hostilidades com queijo e azeitonas, tendo sido presenteados com queijo de 2 qualidades: um curado e outro mais amanteigado. As azeitonas eram também muito saborosas. Devidamente temperadas com azeite e alho, conseguimos discernir também 2 tipos de azeitonas diferentes: umas verdes que dispunham de uma tamanho médio e com uma textura mais rígida e outras de tonalidade mais escura e mais pequenas, e com um sabor bem simpático, embora mais ácido que as primeiras.

Logo de seguida, chegou o melão com presunto. Uma das minhas entradas favoritas, desde que o melão esteja nas condições de maturação perfeitas para combinar com o presunto. Sobre esta entrada, posso dizer que apesar do melão não estar 100% maduro, apresentava um nível de maturação simpático e que combinava bem o sabor doce da fruta com o salgado do presunto.

Enquanto as entradas iam chegando, foi-me questionado se estava tudo bem, e se estava algo em falta, ao que respondi prontamente: "Faltam as petingas". O Sr. Ribeiro, prontamente se dirigiu à cozinha para pedir um prato de petinga, mas infelizmente já estavam esgotadas... Por acaso, tenho muito pouco cabelo, caso contrário iria ficar com ele todo no ar, dado o meu nível de ougadez...

Contudo, o Sr. Ribeiro conseguiu arranjar umas petingas ainda quentinhas, roubadas de outras mesas, para pelo menos provar... E que bem que souberam. Resumindo, adoro petinga frita...

Logo de seguida, apareceu uma alheira grelhada, que como poderão ver pela imagem, apresentava um aspecto bastante apelativo. E não desiludiu, aliás foi uma agradável surpresa. Além do sabor tradicional a fumo típico da alheira caseira, destacava-se ainda o pequeno trago picante que ficava a maturar no nosso palato a cada trinca. Muito boa mesmo.

Para terminar o role das entradas, uns cogumelos salteados, que dispunham de um sabor muito próprio, muito bem cozinhados e temperados. Além disso destacavam-se pela sua tonalidade escura e por estarem bem tenros.

Passamos então aos pratos principais, e depois de um role tão variado de entradas, a verdade é que já não havia muito espaço para grandes quantidades. Contudo, e ao verificar que este grupo era bom garfo, ao nosso pedido de Posta à Mirandesa, o Sr. Ribeiro fez questão que provássemos também o Polvo à Lagareiro, portanto tivemos de arranjar espaço.

Os pratos em si, combinavam na perfeição com o vinho que nos foi presenteado. Como já havia mencionado, falamos de um maduro tinto, frutado e encorpado, sem rótulo, da zona de São João da Pesqueira.

Começando pelo polvo, este veio apresentado numa travessa de barro com batatas alouradas coberto por uma cama de cebolada e pimentos e ainda umas azeitonas a decorar o prato.

O polvo era tenro, mas não parecia um verdadeiro Polvo à lagareiro. Na realidade parecia mais polvo cozido que havia sido passado rapidamente na brasa ou no forno para ganhar apenas uma cor diferente. Quanto ao sabor, era agradável, principalmente quando combinado com a mistura da cebolada e dos pimentos, possuindo ainda um molho muito rico que fazia bem a combinação de todos os sabores.

Quanto às batatas, lamento, mas não sou fã de batatas alouradas, por isso nem as provei.

Passando à posta, apresentou-se também numa travessa de barro, com uma grossura aceitável e um nível de cozedura entre o médio e o mal passado, e ainda ladeada por batata a murro e uns legumes salteados, com uma rodela de laranja no topo para embelezar a travessa.

A posta apresentava um sabor tradicional, mas que quando misturada com o molho que se encontrava na base da travessa, à base de azeite e alho, fazia uma combinação de por o palato a festejar. Carne tenra, sem nervos e como já mencionei com o nível de cozedura certo. As batatas e os legume foram sem dúvida um bom complemento e que combinado com aquele maduro tinto... Ui ui... Espetáculo, minha gente.

Depois de uma paragem estratégica para os fumadores, irem até lá fora queimar um cigarro para ajudar à digestão, ainda tivemos direito a uma fatia de bolo, cortezia da mesa do lado, que comemorava o nascimento do novo membro da família, a Carlota.

Contudo, e como o objetivo da visita foi provar um pouco de tudo, logo à entrada verifiquei que uma das sobremesas disponíveis era nada mais, nada menos que Pão de Ló de Ovar... e por muito satisfeito que estivesse (e estava...), tinha que arranjar mais um bocadinho de espaço para o pão de ló. E assim foi, lá veio o pão de ló para provar. Não desiludiu, mas se calhar um pouco mais de recheio não fazia mal. O nível de doçura em si não era exagerado e a textura não se desfazia a cada colherada, podendo assim desfrutar a cada colherada a combinação do bolo combinado com o recheio do ovo.

Por fim, havia que terminar da melhor maneira... Para acompanhar o cafézinho, uma cuba geladinha de bagaço com mel, que serviu o propósito de ajudar à digestão deste magnifico manjar dos Deuses.

Quanto ao serviço, há que salientar a boa disposição e a eficiência tanto do Sr. Ribeiro, como do seu funcionário, de seu nome Max, tendo sido extremamente assertivos às nossas solicitações e sempre com boa disposição e um sorriso nos lábios.

A foto do final do jantar, já em fase de rescaldo, prova isso mesmo.

Restava pedir a conta, o que foi também uma agradável surpresa: 22 Euros por pessoa, foi bastante simpático para as quantidades e qualidade apresentadas.

Assim sendo, resta-me deixar a minha opinião em jeito de pontuação relativamente ao "Pote Velho":

Ambiente: 9

Comida: 8

Serviço: 8

Limpeza: 8

Preço: 8.5

Total Geral: 8.3

Espero que tenham gostado desta nova experiência, que por acaso até fica bem próximo da minha casa. Talvez por isso, tenha ficado para tão tarde, mas tal como diz o povo: "Mais vale tarde, do que nunca", e sem dúvida alguma que será uma experiência a repetir, e altamente recomendável, seja para jantares de grupos de amigos, ou algo mais privado.

Abreijos

Brutus - 06/08/2019





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