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Taberna Santo António, Porto

Olá maltinha Tasqueira...

Já estamos em Julho, e isso quer dizer que muito em breve, mais precisamente dentro de 20 dias, a nossa querida Tasca, irá comemorar o seu 1º Aniversário.

Quem diria que já passou 1 ano desde a nossa visita ao "Brasinhas" em Leça do Balio e onde decidi começar a escrever sobre estas minhas experiências gastronómicas. Mais de 30 visitas depois a locais fantásticos, e outros menos fantásticos, cá estamos nós prestes a comemorar essa efeméride. Mas isso será mais lá para o fim do mês... para já conta falar do presente e da visita muito simpática que fiz no final do mês de Junho, a um local que irá passar a ser de referência para os amantes da comida caseira de cariz tripeiro.

Localizada junto ao Jardim das Virtudes, mais concretamente na Rua das Virtudes nº 32, 4050-630, Porto, bem no coração do centro da maravilhosa cidade Invicta, eis que descobrimos um local de culto para os turistas apreciadores da nossa magnifica gastronomia, assim como para os autóctones que não dispensam um local em que a comida caseira impera.

Aproveitando o convite e a companhia do meu amigo e reconhecido tasqueiro da zona do Heroísmo, Pedro Ferreira, lá fomos experimentar este local que sinceramente estava fora do meu radar. Chegamos por volta das 13:00 e como é normal em sítios turísticos, estava lotado. Esperamos cerca de 10 minutos por mesa, e aproveitei esse espaço de tempo para ir apreciando o funcionamento do serviço, bem como a decoração do espaço.

O espaço em si é composto por um balcão que cobre toda a largura da entrada, e onde são servidas também refeições para aqueles que não têm tanta disponibilidade de tempo, ou optam apenas por uma bucha e um copo apenas para enganar o estomago. Nesta primeira sala, existem também 2 mesas. Uma junto à janela e outra muito escondida junto à entrada e que praticamente serve apenas para 1 pessoa.

Quanto à sala principal, esta tem cerca de 8 mesas e não comporta mais do que 25 a 30 pessoas, pelo que é perfeitamente compreensível que estivesse lotado.

Quanto à decoração, destaca-se pelos instrumentos musicais que encontramos pendurados aleatoriamente na parede e alguns quadros alusivos à cidade. Resumindo, um espaço extremamente acolhedor e pitoresco. Nada de luxos, até porque em algumas das mesas, encontramos bancos em vez de cadeiras devido ao espaço diminuto existente, mas que serve perfeitamente o seu propósito.

Passados os 10 minutos de espera, fomos então encaminhados para uma mesa na sala principal, junto às escadas, mas que sinceramente não era muito confortável devido a estarem a passar constantemente pessoas para ir ao WC. Além disso, o espaço de manobra era bastante reduzido, e devido a esses pedimos para trocar para uma mesa que se encontrava na sala da entrada junto ao balcão e com vista para o exterior que havia ficado vazia entretanto, pedido esse que foi prontamente acedido.

Depois de uma pequena espera devido ao fluxo elevado de malta que estava para pagar, lá vieram perguntar-nos o nosso pedido, e eu optei pelo bacalhau com natas e o Pedro pelas tripas à moda do Porto. Para beber, pedimos o verde branco da casa. Não sei porquê, não nos perguntaram se iríamos querer algumas entradas, o que por acaso até cairia bem. Os rissóis, croquetes, bolinhos e pataniscas de bacalhau da montra apresentavam muito bom aspecto e de facto foi pena não nos sugerirem umas entradas enquanto esperávamos pelo prato principal.

A comida lá chegou e a primeira coisa que reparamos foi que ambos os pratos aparentavam ser bem caseirinhos. No meu caso, o bacalhau com natas vinha acompanhado por uma salada bem temperada e cenoura raspada e foi servido em prato já preparado diretamente da cozinha. No caso das tripas, as mesmas vieram servidas numa travessa de barro.

Quanto a quantidades, posso-vos desde já adiantar que no caso das tripas, a dose dava à vontade para 2 pessoas. A dose do bacalhau com natas foi normal para uma refeição.

Começando por analisar então o bacalhau que foi o meu prato escolhido, realço desde logo, o facto deste ser um bacalhau com natas, onde realmente existia bacalhau, algo que em muitos lugares espalhados por aí, às vezes não acontece, sendo o bacalhau substituído apenas pelo cheiro do mesmo... A textura era agradável e a sua "caseiridade" notava-se a cada garfada, conseguindo sentir no palato o bacalhau, as batatas e claro as natas que faziam a junção daquilo tudo. A salada foi um bom acompanhamento ligando muito bem com resto do prato.

Tendo em conta que a dose das tripas era imensa, tive de fazer um esforço e provar aquele que se diz ser o prato mais tradicional da Invicta. E não é que estavam mesmo boas?

O feijão, pela sua textura e rigidez perfeita estava no ponto. Sinceramente não sei se era feijão de lata pré cozido, mas mesmo sendo, parabéns à cozinheira. Estava impecável.

Quanto às carnes estava iguais a si próprias com o sabor típico das tripas à moda do Porto e acompanhadas por uma arroz branco soltinho.

O vinho estava impecável. Nada agreste ao nível da acidez, foi sem dúvida uma boa escolha para acompanhar estas 2 iguarias.

Terminada a refeição, o espaço para sobremesa já não era muito, contudo, vi passar um mini pão de ló de Ovar e não resisti... Sou maluco por pão de ló de Ovar e pedi um para experimentar. Contudo, fiquei um pouco desiludido. O pão de ló parecia estar demasiado cozido e não tinha tanto creme de ovo no interior quanto isso, contudo ao nível do sabor estava impecável.

Para terminar, 2 cafézinhos e 2 shots de Whisky "J&B" para digerir melhor. :0)

Chegou então a altura de pedir a conta, que no final deu cerca de 12 Euros por pessoa, o que considero justo dada a qualidade da comida apresentada, o enquadramento e localização do espaço.

O serviço em si não foi espetacular, mas também não foi mau. Apenas poderiam ter tido um pouco de mais atenção aos clientes "tugas" que estavam a usufruir do mesmo serviço dos turistas.

Assim sendo e tendo em conta, todo este relato da experiência na Taberna Santo António, aqui ficam as minhas apreciações:


Ambiente: 8


Comida: 9


Serviço: 7


Limpeza: 8


Preço: 7.5


Total Geral: 7.9


Espero que tenham gostado desta nova experiência na Taberna Santo António, um local

que respira Invicta em todas as suas paredes e que convida os seus clientes a uma viagem aos tempos idos das refeições em casa da avó ou da mãe.

Vale bem a visita, se tivermos tempo e paciência para esperar por mesa e acima se não atirarmos o nível da exigência do serviço lá para cima.

Caso seja possível, aconselho ainda um passeio pelo Jardim das Virtudes, que fica logo ao lado para vislumbrarem a magnífica paisagem que é Gaia separada pelo Douro.


Abreijos,


Brutus - 07/07/219



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